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sexta-feira, 16 de maio de 2008

Nunca diga Nunca

Quando eu era pequena eu era tão confiante! Meu lema era "Nunca diga nunca". Algo que para um adulto era só mais uma criação de criança, para mim uma coisa séria do mais alto escalão. O "Nunca diga nunca" me seguia nas minhas horas intermináveis de colégio e nas deliciosas brincadeiras no quintal lá de casa. Sim, ainda sou do tempo que criança brincava na terra, fazendo comidinha de mato e sonhando com a casa na árvore. Aliás, eu nunca tive uma casa da árvore. Mudamos para a casa que passei a maior parte da minha infância quando eu tinha seis anos. A casa era recém construída, como primeiros moradores, fomos nós que plantamos a sementinha que mais tarde poderia ser a casa da árvore de alguém. Juro que naquela tarde de Setembro, quando ajudei meu avô a colocar a muda da plantinha na terra, eu tinha esperança que ela crescesse bem rápido e desse tempo de viver a sensação de gangorrear nos seus galhos para construir a tão sonhada moradia. Como a árvore não crescia, o jeito foi improvisar. E minha casa da árvore virou um amontoado de madeira e armadilhas contra 'invasores' que eu mesma criava, executava e usava. Claro, tudo com ajuda do meu primo, que no final era quem sofria com as armadilhas de cair água, de pisar no barro bem a lá Didi, que ele mesmo me ajudava a construir.Santa ingenuidade! Quando íamos construir a "casinha" (por que sim, ela tinha q ser reconstruída, a chuva sempre desmanchava, ou o cachorro, (Freud!), ou minha avó e seu medo de matarmos a tão preciosa horta) sempre havia aquelas dificuldades (não conseguir carregar a madeira, não achar solução pra falta de telhado). Nessas horas eu olhava para o meu primo e simplesmente falava ' Nunca diga nunca'. E parecia mágica. A gente se animava a fazer tudo. Hoje, 14 anos depois, estou aqui pensando na força dessas três palavras. Estava a muito procurando algo que me motivasse a sair do marasmo e comodismo que a idade me deu.E não é que como tudo na vida, eu fui buscar a resposta fora, e ela estava bem aqui dentro de mim? [A Bailarina ensina a Advogada a nunca dizer nunca!].

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