A minha lucidez anda tão louca por você, que às vezes me pergunto se minha loucura é que ficou sã.
De noite, antes de dormir, lembro tua voz de travesseiro e teu sorriso gostoso: o som quente e ritmado da tua risada me tira a sanidade, o sono e me trás a saudade daquele fogo cálido, nosso velho amigo.
Quando acordo, é a fanfarronice de seu jeito de menino que me atormenta o café da manhã. E entre pãezinhos, torradas e minha xícara de chá quente eu percebo o quanto te conhecer me fez bem. E em quantas xícaras de chá tomarei até essa vontade de você se aquietar em mim.
Na minha urgência de conhecê-lo, atropelo palavras e uso clichês. E até perdoo o pecado mortal que é gostar mais de Caetano do que do Chico: por você eu abro algumas exceções.
E fico rindo ao longo da manhã pensando no seu desafio de viajar para lavar roupa, em dormir com secador de cabelo e no seu medo de chuva. Chuva torrencial, que fique bem claro.
Na nossa busca por equilíbrio, vamos dosando esse sentimento sem nome com bossa nova e chorinho. Temperando tudo com presença e ausência, delimitando nossos espaços e criando a interseção que é nosso espaço comum, e que, me parece, está sendo feito pra durar mais que o verão que chegou junto.
Nesse pouco tempo em que teu mundo se achegou ao meu, posso ver que meu pitaco sobre afinidade está mesmo certo, e de pedaço em pedaço vamos descobrindo o quanto minha teoria é infalível. Uma de minhas poucas certezas.
Rememoro sem ter porque o fato de você não poder comer frutos do mar, e penso na graça que é ser canceriana, com ascendente em virgem. Tudo sem sentido, num mundo tão cheio de razão. Mas, é sutilmente provocante, como as coisas boas tem que ser.
Agora cá entre nós, se fosse outro a colocar dedo, palavras e cheiro no meu universo, não sei não. Mas você interferiu diretamente na minha gravidade e minha órbita foi um tanto afetada por sua atenção despretensiosa e sua companhia de ideias.
Percebo que as cores andam mais vivas, mais brilhantes e apetitosas: Sinal de alerta! Uma mulher de um metro e oitenta não se emociona facilmente com a cor das coisas. Tem que ter um prisma novo nesse olhar castanho, e este prisma reflete nuances novas em olhos já cansados das cores habituais.
A minha lucidez ficou louca realmente, e tenho certeza que a loucura está lúcida. E a pergunta é, como é possível tudo ter mudado tanto e o equilíbrio ser perfeito?
Acho seus textos de uma sensibilidade incrivel quase um desabafo se nao fosse essa forma poetica que voce ver tudo é como se chamasse:Vem me conhecer não sou tão complicada e tenho um mundo em mim!_E em mim vem quase como uma resposta VOU!!! parabens pelo texto
ResponderExcluirDenso, já leu Clarice?
ResponderExcluirBeijo e parabéns pelo blog
Gostei. pena que ñ nos conhecemos, gostaria de trcar ideias com vc.
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