Pedaço a pedaço, vou me perdendo por ai, trocando por miúdos,
grandes partes do que dediquei a ser. Vou cambiando minha fome afetiva por pedaços
escassos de atenção egoísta e egocêntrica, numa necessidade andrógena de
qualquer parte do teu eu.
Me servindo a la carte, me enchendo de engrenagens que não
casam bem com o motor. me sentindo ‘A’: Apolítica, assexuada, avariada e
apológica, porque meu vício é uma televisão repetindo a mesa frase em preto e
branco, sem cor. E vícios são esses, são isso. São aquelas coisas sem valor que
rebuscamos mais do que necessário e colocamos no aparador da porta de entrada.
Cores difusas e anacrônicas, estou vidrada neste hit que não
ouvi, mas que badala por dentro na melopeia eterna do sibilo de meu sono asmático. Atrapalha todos
os tons, distorce minhas notas, me faz perder o ridículo da vida no heteróclito
do momento.
Eu
já não sou eu. Abro mão de todos os meus dedos e meu anular continua: Adepto ao
charme das cicatrizes que levo e só. Cheio de conceitos chinfrim sobre o que
fazer ou não com seu vizinho do lado.
Posso
caminhar até a beirada? Talvez seja alto e fundo. Mas já é alto e fundo daqui
de onde estou, arrastando peças de um quebra cabeça que não tem desenho
referência. Junte as peças, descubra que mais de uma delas se encaixa
perfeitamente a outra. E o resto é mito e profano. De Divino só nossas dúvidas.
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