Alguém, por favor, abra as janelas. Falta oxigênio por aqui
e alguma porção de mim está perdida por ai, jogada no fundo da gaveta junto aos
clips amarelados e aos recibos de cartão de crédito.
Alguma parte anda sem tempo de sair da minha bolsa a tira-colo
e se perde sem de fato acontecer. Eu ando perdida de mim, ando afastada
daqueles amigos que me fazem rir até ficar sem ar, estou perdendo minhas horas.
Nem me enxergo mais mulher, talvez tenha me tornado a soma
de conceitos defasados e desinibidos. Quem sabe um sorriso sem brilho ou jeito.
Não me reconheço no tamanho que visto, nos sapatos que escolhi, nem na ausência
de Beauvoir na minha cabeceira. Quem é você e o que fez com a menina que morava
aqui?
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