A primeira lembrança que tenho de você, aconteceu na casa da
minha mãe. Fazia sol e eu lembro que estávamos na sala. Eu te achava tão alto
na época. Uma espécie de gigante com superpoderes. Você me pegou no colo, me
ergueu pela cintura e brincou de aviãozinho comigo. Lembro de pensar que meu
pai era o homem mais forte do mundo.
Depois lembro de quando fui te visitar cerca de 9 anos
depois. Lembro do calor de Acesita, lembro do jardim da casa da vó. Lembro de
olhar toda hora pela janela da sala esperando que você chegasse do trabalho. Do
carinho do seu abraço de urso, estilo estrangulador. Apertado até não mais
poder.
Nas férias eu era cruzeirense para te agradar. Xingava o
galo e tudo. Eu só queria ser a filha que você queria. Queria que tivesse orgulho
de mim por alguma coisa.
A gente passou por muitas coisas pai. Muita dor e mágoa, mas
nada pode apagar o amor que sinto por você. Você continua sendo o homem mais
forte do mundo, o melhor pescador, o melhor caldo de inhame que já tomei. É meu
pai que me levava para acampar na beira do rio, depois passava horas tirando
meus carrapatos.
Quero que você fique bom logo, para dizer “Oi Menina” quando
eu te ligar e eu me sentir aquela garotinha que você fazia aviãozinho.
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