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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Casamento é instituição falida quando não se há dois ali.


Eu tenho um amigo que não acredita em casamento. É um tipo novo que anda surgindo por ai, os ateus do casamento.
Para ele, o casamento é uma instituição falida. Falida mesmo, outro dia ele destrinchou uma prosopopeia para me falar do quanto era absurdo gastar dinheiro em casamento, festa, bouquet e todas essas coisas. Eu ri um bocado, pois sou cética com o que não posso medir com exatidão e o casamento é uma dessas coisas.
É certo que quase ninguém se casa pensando que irá se separar em 5 anos ou 15. Meus tios tinham 25 anos de casados e tenho certeza que os planos iniciais eram muito mais ousados. As pessoas se casam pensando que encontraram seu pé de chinelo, a metade da laranja, alma gêmea, ing e ang. Porque casamento é muito mais sonho. E porque nos venderam uma imagem maravilhosa e requintada de que amor e casamento são como nos contos de fadas. O que esqueceram de nos contar é que depois do “e viveram felizes para sempre”, passou muita água debaixo da ponte.
Ai você tromba hoje com a Cinderela indo pra uma audiência de divórcio e fica pensando que perdeu alguma coisa. A Branca de Neve joga as coisas do Príncipe encantado pela janela da cobertura e você não entende o que aconteceu por ali. EI! Ia tudo tão bem... Era todo mundo feliz até decidir ser feliz pra sempre?!
O que acontece é que as pessoas colocam as esperanças e expectativas erradas nos relacionamentos. Nós mulheres ainda temos a ideia piegas que aliança no dedo nos dá segurança, mesmo depois de lutarmos tanto pela nossa igualdade, nós precisamos de um elo com alguém para nos sentirmos mais... mulheres. Isso é muito confuso, precisaremos de Freud para nos explicar qualquer hora dessas.
Um esposo não é um pai, é um parceiro. Parceiro quer dizer que, vocês vão sim dividir as contas, e se um ganhar menos, vai rolar aquela forcinha extra do outro, sempre buscando algo em comum. Quer dizer que, se ele for pro futebol na quarta, você não pode chantagear que irá sair com as amigas só pra que, com medo de retaliação o pobre coitado vire um ser sedentário. Ele não tem que te prover de tudo que espera, vocês tem que juntos, conquistar o que querem.
Minha sábia vó, diz que, o namoro serve para você conhecer o rapaz com quem vai se casar (tá certo que ela me disse isso pra inibir meu senso namorador, mas não vamos entrar nisso agora, ok?), saber dos defeitos, manias, sonhos. Entender como se darão vivendo juntos. Isso porque, se vocês não se dão bem tendo a oportunidade de ir dormir em casas separadas toda noite, imagina quando o céu cair e vocês tiverem que dormir sobre o mesmo teto, bundinha com bundinha, cada um olhando uma direção do quarto. Não, nem a Bela com toda sua compreensão ia conseguir viver com o príncipe – Fera assim.
Depois voltamos com o rabo entre as pernas, culpando o outro por nossos sonhos e esperanças dilacerados. Poupe o drama e tenha um relacionamento bacana.
Pra começar, casamentos são lindos sim, mas como tudo na vida eles tem data de validade. Pode ser que durem até que um parta desse plano, ou pode ser que mês que vem já nem exista mais. O que importa é saber que durando o quanto dure, tem que valer a pena.
O cara casa. Não sabe nem o que é lavar um prato, porque a mamãe fazia isso. Cueca ele acha que por mágica sai do chão do banheiro e pula na lavadora. Comida é uma questão de saber pedir o cardápio certo. Ai casa com a mulher mais descolada da Terra. Acorda 6h00, trabalha, faz hora extra, pilates, musculação e ainda tá pegando umas aulinhas de boxe. A menos que vocês tenham a empregada dos sonhos, que trabalhe 24 horas por dia, 7 dias por semana, seu relacionamento está fadado ao fracasso absoluto. Porque esposa não é mãe, que tem saco de papai noel para aturar as falhas da sua educação (afinal, as falhas são dela também).
Temos que parar de procurar no outro a solução mágica para nossas frustrações e dilemas. O outro não nos completará. O amor é para pessoas plenas de sí e o casamento, para pessoas independentes. Assim, um e um serão realmente muito mais que dois.

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