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segunda-feira, 28 de julho de 2008

O exercício da escolha

Hoje falo de escolhas. Elas sempre existem. Elas estão bem ali. E temos que começar a escolher o que é certo, ao invés daquilo que é simplesmente fácil. Colocarmos a prova nossas próprias escolhas, e pararmos de permitir que outros sofram por atitudes nossas.
Sempre me afligi com as escolhas. Ponderar é uma tarefa árdua, que requer tempo, experiência e uma visão clara e total. Nem sempre tive a experiência para tal, ou outras vezes me faltava à visão, outras meu tempo e necessidade me exigiam mais e as escolhas tinham que ser rápidas.

As escolhas hoje não me incomodam. Tomá-las é sempre a parte mais complicada, porém, depois que decido, simplesmente sigo-as.
Quando era criança, adorava colocar um alfinete na boca. Era um desafio e tanto tentar dobrá-lo com os dentes, transformá-lo em uma bolinha... E evitar que ele furasse minha gengiva nesse um tanto quanto masoquista, esporte.

Às vezes eu simplesmente achava que tinha engolido-o. Haviam me corrigido o suficiente sobre esse mau hábito para que eu corresse e contasse a alguém meu medo.
Nessas horas eu fazia o exercício da escolha.

Eu me perguntava: O que de pior pode acontecer se eu tiver engolido?
O que vai acontecer se eu contar pra minha mãe?
É melhor que eu conte?

E ia esmiuçando as dúvidas. No fim, eu chegava à feliz conclusão que devia ter sido apenas meu medo que me fez pensar que havia engolido. E chegando à mesa onde estava o alfinete... Não é que ele estava lá? Dobrado, molhado. E eu jurava pra mim que não ia mastigá-lo de novo.

Sorte que sabemos que promessas de criança não duram muito.

É inevitável que escolhamos um caminho, uma direção. Que escolhamos um lado, uma cor do arco íris. Às vezes a vida nos cobra de maneira violenta uma escolha.
É fácil saber que nem sempre faremos a escolha certa. É humano aceitarmos que nossas escolhas podem ser erradas, e isso torna mais fácil corrigi-las.

O importante é não se manter estático. É participar da rotação do mundo. É aprender com suas escolhas.

E sabe, se aprendi uma coisa com meu exercício da escolha, é que ninguém aprende com a experiência do outro! É ralando nosso próprio joelho que entendemos o tamanho de nossas pernas para o salto que pretendemos dar.

Um comentário:

  1. Muito bom.

    Penso muito sobre o poder das escolhas, já fiz diversas escolhas na minha vida e adoro fazê-las. È muito bom poder escolher, ter o livre arbítrio, sendo certa ou errada, a escolha é uma coisa mágica. Poucas vezes valorizamos isso.
    Nunca fui desafiado pelas escolhas, sempre fiz minhas escolhas intuitivamente, apenas decidia e quando fazia a escolha errada, me consolava pensando que naquele momento era o que eu queria pra mim, portanto, não tinha razão de me arrepender.

    “Quando minha escolha é consciente, nenhuma repercussão me assusta. Quando não é, qualquer comentário me balança.”
    José Eustáquio

    abraços

    - Everton

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