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segunda-feira, 16 de março de 2015

Vazia

Eu sei. Não pode ter saudade. Com você é vontade e só.
É seu corpo no meu corpo, sua boca na minha. Mas nada que marque profundamente, como dizer que gosta, ou que tem saudade, ou unhas.
Com você é afastar aquele sentimentalismo, tão próprio de mim mesma e ser aquela que eu só costumo ser depois de dizer que amo. Mas ser sem dizer, ser sem sentir. Ser, pra sentir correndo sangue nas minhas veias secas e sedentas.

Mas o que anda vazio não é a pelvis. O que precisa de vontade não é meu corpo fêmeo e suave. É a alma atormentada. É a falta de pureza e sentimento.

Quem está vazia sou eu.

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