Páginas

terça-feira, 16 de agosto de 2011

É questão de tempo

A garota do tempo fala com propriedade que nesse final de semana não chove, faz 40 graus à sombra nesse nosso amor. Mas em revés de tudo que ela nos promete, chove torrencialmente no nosso céu quadrado, pintado de branco e encimado pela luminária bacana que te ajudei a instalar. Eu espero que alguém toque o gongo e avise que é outro dia e que já posso apagar da memória aquele quadro que teima em desenhar-se atrás de minha retina e tentar borrar daquela tinta rosa todas as coisas boas que você deixou por aqui.


Eu disse que já desculpei. Falei toda aquela coisa absurda de ser uma questão de semântica e de memória, que trocar nomenclaturas não significa querer trocar os corpos e almas para os quais os nomes servem de matiz. A verdade é que dentro de mim já topei meu dedinho do pé em quinhetas quinas diferentes tentando achar a saída mais simples desse labirinto.

Não parece porque sou alta e tenho essa cara que insinua determinação.Eu sei que sou a mulher que finjo para mim mesmo ser – pelo menos a maioria das vezes. É que hoje eu não encontrei cola que servisse pra juntar as partes.Tô tentando, te prometo. Quem mandou você me ensinar lógica? Agora eu quero motivo, razão e circunstância pra tudo. E o motivo e razão que encontrei não casam bem com as nossas circunstâncias.

Agora fico aqui, entre minhas paredes e meus muitos receios, tentando calar minha racionalidade comprada em prateleira com o que berra meu sexto sentido feminino (dado por mamãe no momento em que rompeu-se a placenta). E entre coisas novas e coisas velhas, ando catando pretextos que sirvam de durepoxi para juntar aquelas partes de que te falei.

No meio da nossa conversa eu disse uma única coisa que realmente fez sentido pra mim: Se for pra trocar um nome, que seja o de qualquer outra – menos o meu.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Incompleto e sonolento

Ando por aí, sem dó nem ré,  carregando na minha sacola retornável e ecologicamente correta, coisas demais. O mundo gira de maneira estonteante e implacável e eu canto um mantra, fico bamba e bebo um litro de coca cola para afogar em cafeína (e sabe-se lá que outras coisas) meu desejo de deixar tudo pra lá e me entregar sem demora ao meu travesseiro, onde o vai-e-vem é bem vindo e me trás o alento da vitória: ganhei do dia e conquistei o direito ao sono.

Se gostou desse texto, pode gostar desses: